Tio Frank (2020)

Título original: Uncle Frank

Origem: EUA

Direção / Roteiro : Alan Ball

Elenco: Paul Bettany, Sophia Lillis, Peter Macdissi, Judy Greer, Stephen Root, Margo Martindale

Escrito, dirigido e coproduzido por Alan Ball (roteirista de Beleza Americana, 1999), Tio Frank é um filme bonito, delicado e bucólico sobre um homem, Frank Bledsoe (sensivelmente interpretado por Paul Bettany), que tem a vida estraçalhada pela criação quadrada e homofóbica do pai. 

A história, no entanto, é contada sob a perspectiva de sua sobrinha Beth (uma também excelente Sophia Lillis), de 18 anos, que tem no tio um amigo, confidente e “role model”. Ele, professor de literatura na NYU – New York University, é uma pessoa sensível, refinada, culta e compreensiva, bem diferente dos outros membros da família Bledsoe, presos que são às tradições e aos conservadorismos. Para a menina, tio Frank é único que valoriza seu jeito não mainstream de ser. E por isso ela decide furar a bolha e ir estudar na cidade grande, perto do tio-professor. 

O filme, que é ambientado nos anos 1970, vai então contar a história da mudança de Beth da Carolina do Sul para a cidade de Nova Iorque, onde a menina vai estudar, frequentando assim a mesma universidade onde o tio leciona. E é aí que ela vai descobrir a homossexualidade do seu tio-modelo, que vive há dez anos com o saudita Walid (Peter Macdissi), segredo guardado a sete chaves para o restante da família. Walid é, aliás, o personagem que traz leveza a essa história tão dura, com sua personalidade expansiva, doce e carismática.

Depois do segredo revelado, tio e sobrinha se veem obrigados a voltar subidamente para a Carolina do Sul para o enterro do pai de Frank, avô de Beth. E é nessa mini road-trip que o professor vai ter que encarar seus traumas do passado e confrontar a realidade de suas escolhas. Momentos de angústia, tristeza, dor e também de alívio.

A fotografia, em que predominam os tons amarelados, o figurino e os cenários escolhidos com primor, nos mergulham imediatamente no universo bucólico da Carolina do Sul daquele então, e nos embalam nessa belíssima história sobre intolerância, respeito e aceitação das diferenças. As excelentes atuações associadas à delicadeza do roteiro são as responsáveis pelo sucesso dessa  história não tão original, mas que toca tão profundamente nossa alma. Impossível não terminar o filme pensando nas consequências e nos estragos que alguns comentários ou atitudes podem ter nas vidas de um ser humano.

Um filme PRA PENSAR e PRA SE ENCANTAR.

~ by Lilia Lustosa on julho 10, 2021.

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