100 Años de Perdón (2016)
Título original: Cien Años de Perdón
Origem: Argentina / Espanha / França
Direção: Daniel Calparsoro
Roteiro: Jorge Guerricaechevarría
Com: Joaquin Furriel, Luis Tosar, Rodrigo de la Serna, Raúl Arévalo, José Coronado, Luciano Cáceres, Patricia Vico, Marian Alvarez
Deixando o Oscar de lado e retomando nossas críticas sobre filmes de origens e cores diversas, hoje vou comentar um filme que acaba de estrear nos cinemas argentinos. Trata-se de uma coprodução Argentina-Espanha-França, falada em espanhol, mesclando grandes atores argentinos e espanhóis.
A parceria entre produtoras europeias e argentinas deu ao filme latino uma aura de blockbuster americano, sem perder, no entanto, o charme das regiões mais cálidas do globo. Um filme de ação bem montado, bem filmado, com belíssimos movimentos de câmera, boa fotografia, boa trilha, excelente ritmo e cheio de humor. Um filme divertido que faz o tempo voar, sem no entanto, deixar de colocar-nos diante de questões bastante sérias de nossas sociedades atuais. Questões que não dizem respeito apenas à Espanha, onde a história se passa, à Argentina, de onde vem parte do elenco, ou à França, coprodutora, mas questões, infelizmente, universais. Questões, aliás, extremamente atuais em nosso Brasil de hoje (ou talvez de sempre): os desdobramentos da corrupção nas várias esferas da sociedade. Casos cabeludos que envolvem políticos, empresários (bancos), justiça (polícia), cidadãos comuns, etc.
100 Años de Perdón conta a história de um grupo de seis assaltantes que um belo dia, não definido no calendário, resolvem assaltar o Banco Mediterráneo em Valencia, Espanha. A ideia seria esvaziar todos os cofres (de clientes) da caixa-forte e fugir por um túnel (previamente cavado) que os levaria até uma estação abandonada de metrô. Tudo de certa forma bem planejado, mas que não contava com um pequeno problema meteorológico… Justo naquele dia, uma chuva forte insistia em cair sobre Valencia, inundando o túnel por onde os assaltantes fugiriam.
O plano vai, então, literalmente por água a baixo, deixando os seis homens reféns de si mesmos, presos dentro do Banco junto com clientes e funcionários apavorados, sem saber como sair daquela enrascada. O clima esquenta entre os membros da quadrilha que começam a discutir e brigar entre si, revelando segredos sobre o assalto. Sem deixar que os de fora descubram as falhas do plano, começam então as negociações com a polícia. E é aí que, nós, espectadores seremos apresentados ao real objetivo do assalto e a quem está de fato por trás de toda esta ação.
Sem seguir muito mais adiante no meu relato sobre o filme (melhor que vocês vejam com seus próprios olhos!), posso dizer que o que veremos não é muito diferente do que já podemos imaginar em função de nossas próprias experiências de vida, sem falar nos tantos filmes que retratam (bem ou mal) essas infindáveis malhas de corrupção que insistem em aproximar nossas culturas. Infelizmente!
100 Años de Perdón é uma ficção que pode ser a história de qualquer país deste globo terrestre e que joga em nossas caras o que já sabemos de cor e salteado: instituições corrompidas pela ânsia de poder e fortuna, abençoadas por uma justiça que não pune, não vão nunca alavancar o florescimento de nações justas e equilibradas. Sociedades que não investirem pesadamente em educação como sua melhor arma para dizimar esse comportamento indecente e, hoje, tão naturalmente aceito, não poderão nunca formar sociedades justas e fornecedoras de oportunidades para todos.
Não, “não podemos fazer concessões à ética”, utilizando aqui uma frase que meu pai gosta tanto de repetir. Temos, ao contrário, que lutar para mudar de uma vez por todas o ditado que dá título a este filme… Ladrão que rouba ladrão NÃO deveria ter 100 anos de perdão. Todos que cometem crimes devem ser punidos e sofrer as consequências de seus atos!
PRA PENSAR e PRA SE DIVERTIR.
Gostei do filme, é dinâmico e te prende do início ao fim.
Alexandre Figueiredo said this on outubro 18, 2017 at 22:27 |